Entenda porque Arthur decidiu por Omar e rejeitou Amazonino no panavueiro das alianças

Entenda porque Arthur decidiu por Omar e rejeitou Amazonino

Entenda porque Arthur decidiu por Omar e rejeitou Amazonino na composição para disputa do Governo do Amazonas

Omar Aziz cultivou, em seus anos de governo, duas qualidades que ficaram raras no Amazonas. Chegava com pontualidade aos compromissos. Cumpria os acordos políticos e administrativos assumidos. Amazonino Mendes, nos nove meses de gestão transcorridos até aqui, ignorou acordos e parcerias. Voltou-se para o próprio umbigo, cultivando o dominó e um círculo restritíssimo de amigos. É esse, mais indefinição de nome comum para vice, o caldo que levou Arthur a apoiar o senador Omar Aziz. Veja como o panavueiro se desdobrou.

 

Não cumpre

Amazonino tirou do Governo todos os aliados de Omar Aziz. Foi uma verdadeira caça às bruxas. Exemplos? O diretor do Procon, Paulo Radin. A secretária estadual de Assistência Social (Seas), Auxiliadora Abrantes Pinto, a Dorinha. E o presidente do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), Márcio Brito. Todos tiveram que pedir demissão ou foram demitidos devido à ligação histórica com Omar.

 

Acordo de 2017

Amazonino estava de pijamas. Chegou a se declarar aposentado, após o fiasco da gestão na Prefeitura de Manaus (2009-2012). Aí Omar Aziz e Arthur Virgílio viram nele o antídoto para Eduardo Braga, favorito da eleição-tampão de 2017. Experiência e pouco apetite para governar, ingredientes encontrados em Amazonino, levaram à escolha. O escolhido, se eleito, não reuniria condições, sequer de saúde, para almejar a reeleição. Arthur e Omar não contavam com o empurrão dos empresários, nem com o efeito “highlander” da eleição sobre Amazonino.

 

Acordo de 2017 (2)

Omar sugeriu que o candidato repassasse para a Prefeitura R$ 150 milhões, dos R$ 300 milhões que encontraria no Estado. Foi logo na primeira reunião. Amazonino topou na hora. Até hoje, transcorridos esses nove meses, uma gestação completa, necas de pitibiribas da grana sair. Amazonino, ao contrário, deixou passar o prazo para repasses voluntários aos Municípios, sem qualquer convênio com a Prefeitura de Manaus. Foi a gota d’água.

 

Euforia e espera de revoada

O clima, após o anúncio do apoio de Arthur, foi de euforia nas hostes de Omar Aziz. Todos esperam que, nos próximos dias, outros políticos abandonem Amazonino e apoiem Omar. Os deputados federais Pauderney Avelino (DEM) e Alfredo Nascimento (PR), pré-candidatos ao Senado, iriam para onde Arthur fosse. A esta altura são Omar Aziz desde garotinhos.

 

Marcelo Ramos no grupo

Entre as alianças provocadas pela decisão do prefeito está pelo menos uma surpreendente. Marcelo Ramos, adversário de Arthur Virgílio na disputa da Prefeitura, em 2016, depende do PR para disputar a Câmara Federal. E o PR é comandado por Alfredo Nascimento, que depende de Arthur para concorrer ao Senado. Ou seja, Marcelo Ramos e Arthur estarão juntos no palanque de Omar Aziz.

 

Vice

Amazonino fez vários movimentos em direção a Arthur. Mas também mostrou um limite nas composições. Tudo indica que o acordo entre os dois permitia que o prefeito indicasse o candidato a vice-governador. Desde que o nome fosse do agrado de Amazonino. Aí a coisa azedou.

 

Vice (2)

Com o fim do noivado com Arthur Virgílio, Amazonino deve ficar mesmo com a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP). A ex-superintendente da Suframa sempre foi o nome preferido dele.

 

David Almeida

Como fica o presidente da Assembleia Legislativa, David Almeida, após a decisão do prefeito de Manaus? Ele sabe que precisa manter a candidatura ou perderá para sempre o rumo do Executivo. Deve buscar uma aliança com o radialista Wilson Lima, que também está na corrida pelo Governo do Amazonas.

 

A ordem é sobreviver

Enquanto os caciques tomam suas decisões, entre os políticos do baixo clero a ordem é sobreviver. A maioria vai esperar, até o último momento, para anunciar a composição à qual se juntará. Pior para os do “médio clero”. Se não decidirem agora o rumo a tomar, viram baixo clero no frigir dos ovos.

 

Prazo final

O prazo final para oficializar candidaturas e composições vai até 5 de agosto. Manda a tradição que se espere até lá para confirmar as alianças. Já houve pernada de última hora a torto e a direito. Mas, com as definições desta segundona (23/07), tudo indica que o quadro ficará definido bem antes.

 

1986 na História

Gilberto Mestrinho, governador do Amazonas, fez um arco de alianças impossível na eleição para a Prefeitura de Manaus, em 1985. Transformou a eleição de seu vice, Manoel Ribeiro, enfrentando dona Amine Lindoso, quase numa aclamação. Em 1986, passada a euforia, Mestrinho saca da cartola o nome do ex-prefeito (1983-1985) Amazonino Mendes, para concorrer ao Governo. Uma ala do MDB, comandada por Arthur Virgílio e Mário Frota, se insurgiu e fundou o Muda Amazonas. Os dois foram para o PSB e enfrentaram Mestrinho. Perderam, mas ambos protestam até hoje por causa de um estranho apagar de luzes nos locais de apuração. Mário Frota estava muito na frente para o Senado e Arthur colado em Amazonino na disputa do Governo. Quando as luzes acenderam, os dois ficaram para trás e perderam a eleição. Agora, 31 anos depois, Arthur Virgílio e Amazonino Mendes estarão novamente frente à frente, na disputa do Governo do Amazonas.

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