Coronel Amadeu deixa comando do Ronda no Bairro para assumir secretaria de Segurança de Roraima

Amadeu implantou e deu forma ao Ronda no Bairro

Amadeu implantou e deu forma ao Ronda no Bairro

O comandante do programa Ronda no Bairro, coronel PM Amadeu da Silva Soares Jr., 44, que chegou à patente em 2010, acaba de anunciar que deixa o comando do programa Ronda no Bairro, onde está desde maio de 2011, para assumir o cargo de secretário estadual de Segurança em Roraima, Estado onde nasceu. Ele conversou, agora há pouco, com o blog, para explicar os detalhes da mudança. Deixou claro que o Ronda ainda não está implantado e até deixou conselhos ao governador José Melo quanto ao programa, que considera não um detalhe a mais, mas “o próprio sistema de segurança”. Leia, abaixo, a íntegra da entrevista:

www.blogdomarcossantos.com.br – O senhor está deixando o Ronda no Bairro para se tornar secretário estadual de Segurança em Roraima?

Coronel PM Amadeu Soares – Sim. Eu fui nomeado comandante do Ronda pelo governador Omar Aziz. Meu código de ética é muito claro quanto a isso e, no último dia da gestão dele, sexta-feira, pedi minha demissão do cargo. Quis deixar o professor José Melo, contra o qual nada tenho – e até aproveito para desejar que faça uma excelente administração –, à vontade para me renomear ou escolher outro nome. Foi então que o governador Chico Rodrigues me ligou e pediu para assumir a Secretaria Estadual de Segurança de Roraima e eu aceitei. Sou filho de Roraima. E ele me deu carta branca para executar um plano de segurança completo.

 

Blog – Qual plano? Em que ele difere do seu trabalho aqui?

Amadeu – O Ronda no Bairro é um projeto amplo. Não é um projeto que envolva apenas a Polícia Militar ou as viaturas e motos rodando pela cidade. Para você e o leitor do seu blog entenderem: essa parte do policiamento comunitário, ostensivo, é a primeira malha do Ronda. Se o criminoso escapar, entra em ação a segunda malha, formada pelos batalhões especiais da Polícia Militar, como o Comando de Operações Especiais (COE), a Rocam e o Batalhão de Polícia Especial (BPE) e as delegacias de polícia em geral. Finalmente, naqueles casos de crimes mais elaborados, praticados por grupos criminosos organizados e mais sofisticados, entram os serviços de inteligência, tanto da PM quanto da Polícia Civil, e as delegacias especializadas em Roubos e Furtos (DERFD), de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) etc. Esse conjunto de ações é que constitui o sistema de segurança pública. Agindo integrado, entrosado e sob comando firme, dificilmente o crime prosperará ou ficará impune.

 

Blog – O que faltou para que isso fosse implantado em Manaus e no interior, onde o Ronda já se instalou?

Amadeu – Não gostaria de criticar ninguém, mas o Ronda no Bairro do Amazonas estava ainda na primeira malha. O governador Omar Aziz fez muito por ela e estava concluindo essa primeira parte para seguir em frente, com as demais. Espero que o governador José Melo tenha sabedoria para conduzir o sistema a fechar essas pontas que ficaram soltas.

 

Blog – Havia muitas críticas de que o Ronda entrava num bairro e ia para outro usando as mesmas viaturas, que depois desapareciam, coisa que também ocorreu no interior. O que houve nesse aspecto?

Amadeu – Não é nada disso. Tivemos problemas logísticos no interior, como a falta de combustível para as viaturas. Isso ocorreu também em alguns pontos da capital. E nós entendemos que, no lugar da viatura ficar rodando 24 horas, gastando combustível, ela pode mirar alguns pontos fixos do bairro, mais violentos, e só sair quando for provocada pela sociedade. Faltou, talvez, um pouco mais de ênfase na comunicação, para que a comunidade participasse mais e convocasse mais. Claro que deve ter ocorrido uma ou outra falha. Isso é normal porque o Ronda é feito por homens e não por arcanjos. Mas a gente esteve presente em muitos momentos em que a comunidade solicitou e o crime foi punido com prisão graças à presença dos nossos homens e veículos.

 

Blog – A duplicidade de comando na cúpula do sistema de segurança pública ou a falta de um comando mais centralizado, mais duro, pode ter prejudicado o Ronda no Bairro?

Amadeu – Não posso dizer isso. É uma avaliação que não me cabe fazer. Mas fiz relatórios internos onde expliquei onde havia falhas. E logo na minha primeira conversa com o governador Chico Rodrigues deixei claro que é necessário o comprometimento de todos os homens da cadeia de comando, para que a gente possa trabalhar de forma entrosada e sem problemas de egos dificultando a circulação das ordens e procedimentos. Estou muito esperançoso com esse trabalho. Sei que Roraima, Estado vizinho ao Amazonas, acaba repetindo, em escala menor, muitos problemas que ocorrem aqui. Vamos tentar resolvê-los e, quem sabe?, isso não se torna uma espécie de demonstração do que é possível fazer na segurança amazonense? Gosto muito de trabalhar. No Ronda no Bairro quase não via minha família. É por aí que pretendemos comandar a segurança em Roraima.

 

Blog – Guardadas as limitações da hierarquia militar, o senhor daria algum conselho para o governador José Melo sobre a segurança no Amazonas?

Amadeu – Isso não tem problema nenhum. Acho até que todo cidadão tem que contribuir, sempre, para melhorar qualquer setor da administração pública. Governador, conclua as malhas do Ronda no Bairro. Isso tornará a segurança pública do Amazonas eficiente e mais organizada. O Ronda não é um programa dentro do sistema de segurança pública, à parte, como se fosse um enclave. Não. O Ronda é o próprio sistema. Uma evolução do sistema atual.

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1 comentário

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  1. ORLANDO AMARAL disse:

    PRIMEIRO, ELE É CORONEL, E NÃO TENENTE CORONEL
    TRATA-SE DE UM POLICIAL COMPROMOTIDO COM A ATIVIDADE POLICIAL, LINHA DE FENTE, QUE FAZ O QUE GOSTA, NASCEU PRA SER POLÍCIA, ESSE É O DIFERENCIAL