Ciro chega neste sábado e Amazonino e David podem apoiá-lo por aliança nacional PDT-PSB. Ele vai a Parintins

Ciro chega neste sábado e Amazonino e David podem apoiá-lo

Ciro chega neste sábado e Amazonino e David podem apoiá-lo por força da aliança nacional entre PDT e PSB, além do poder das direções nacionais dos partidos após a minirreforma política

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) desembarca em Manaus, neste sábado (30/06), com inesperada reviravolta em sua candidatura no Amazonas. Ele pode ter apoio de oposição e situação. Falta pouco para que a aliança nacional, proposta pelo PDT ao PSB, seja firmada. Isso coloca no colo de Ciro o governador Amazonino Mendes (PDT) e o presidente da Assembleia Legislativa (PSB), David Almeida. Os dois são pré-candidatos a governador e devem se enfrentar na eleição deste ano. “Ciro vai aos dois palanques”, comemora o deputado federal Hissa Abrahão, presidente do PDT-AM e anfitrião do presidenciável neste sábado.

A minirreforma política deu todo poder aos dirigentes partidários nacionais. Eles detêm a distribuição da verba do financiamento público de campanha. Podem intervir e mudar a vontade de diretórios regionais. Tudo porque terão que formar bancada federal que atenda à legislação ou podem ficar à margem da estrutura política oficial. Em outras palavras ou Amazonino apoia Ciro ou pode até ter impedido a candidatura à reeleição. David não parece fazer objeção ao presidenciável pedetista.

As cláusulas de barreira restringem o direito ao fundo e ao tempo de propaganda, a partir de 2019. Fica apenas partido que tiver recebido ao menos 1,5% dos votos válidos em 2018, para a Câmara dos Deputados. Isso distribuídos em pelo menos um terço das unidades da federação (nove unidades). E com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas. Se não conseguir cumprir esse parâmetro, o partido só terá uma saída. Poderá ter acesso se tiver elegido pelo menos nove deputados federais, distribuídos em um mínimo de 9 unidades da federação. A informação está no portal da Câmara Federal.

 

Agenda

Ciro deveria desembarcar em Manaus esta sexta (29/06), mas foi mais uma vítima do trânsito em São Paulo e perdeu o avião. Chega no sábado (30/06), cumpre visitas em Manaus e embarca para Parintins. “Visitará a feirinha e o novo mercado, a principal obra na Ilha este ano. O mercado, renovado arquitetonicamente, volta-se para o rio, mais ventilado e com mais conforto para trabalhadores e usuários”, disse Hissa. Ele é o autor da emenda que permitiu as obras.

O presidenciável, em seguida, assistirá à segunda noite do 53º Festival Folclórico de Parintins. Domingo retorna a Manaus e encerra a visita.

 

Aliança

“Semana que vem, a Executiva Nacional apresenta ao Diretório Nacional proposta de apoio ao Ciro”, revela Serafim Corrêa (PSB-AM). O deputado estadual amazonense afirma que, no Amazonas e Amapá, onde PDT e PSB têm candidatos na oposição e situação, não haverá problemas. “PSB vai de David e o PDT de Amazonino, no Amazonas. E nosso candidato ao governo do Amapá é o senador Capiberibe, enquanto o PDT deve ir de Waldez Góes”, analisa.

Amazonino tem uma rejeição antiga por Ciro Gomes. Andou criticando o presidenciável, mas sabe que, nesta eleição, as direções nacionais dos partidos é que mandam.

Os três governadores eleitos do PSB de Ciro já aceitaram a aliança. São os de Brasília, Rodrigo Rolemberg, da Paraíba, Ricardo Coutinho, e de Pernambuco, Paulo Câmara. Márcio França, de São Paulo, está autorizado a apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), que sucedeu. E Daniel Pereira (PSB-RO), que sucedeu Confúcio Moura (MDB), apoia o senador Acir Gurgacz (PDT) para governador. Como o senador é ficha suja, após condenação em última instância, deve ser impugnado e Daniel concorrer à reeleição.

Tratativas vão muito bem, com o PSB, e há uma boa paquera com o DEM. “Governadores que queriam apoiar Lula estão começando a perceber que ele não será candidato e estão se inclinando para Ciro”, disse Hissa.

 

Amazonino x David

“O PDT não colocará nenhum obstáculo à candidatura à reeleição de Amazonino”, diz Hissa. “É uma decisão de foro íntimo dele. O PDT nunca foi de encontro aos desejos políticos do governador. Sempre o apoiou e deu as condições de realizar seu projeto político. E, se o David se mantiver candidato pelo PSB, o Ciro será privilegiado, podendo ir aos dois palanques. Espero que todos compreendam esse processo, que é democrático, dentro das especificidades regionais”, acrescenta.

E se Amazonino não apoiar Ciro? “O PDT está no mesmo lugar e endereço, com ideologia e projeto nacionais firmes. Tem chances reais de chegar à Presidência da República e esse projeto se mantém. Espera-se que os filiados do PDT apoiem o projeto nacional, que é a eleição do Ciro. Isso é mais importante, para mim, que minha própria reeleição. É um projeto nacional restaurador da política econômico-social e distributiva no País. Quem é PDT a gente espera que apoie este projeto, que é bom para o País”, diz Hissa.

O deputado federal afirma que sua relação com Amazonino é “respeitosa”. “Não quero mal a ele e espero que ele não queira mal a mim”, enfatiza. E manda uma farpa: “O tratamento que recebo não é diferente do que está sendo oferecido a outros deputados federais. Independente disso, só posso torcer para que ele faça um bom governo”.

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